
Volta e meia escuto alguém comentando como “aquele programador” não agiu como esperado socialmente.
A verdade é que o programador é um ser à parte. Cresceu explorando códigos, solucionando problemas complexos sem sair do quarto – e sem precisar de interações sociais no processo.
Esse mesmo ser, socialmente inexperiente, entra no mercado de trabalho já com alto conhecimento, mostrando seus feitos sem o tempo de aprendizado que as outras profissões exigem. Afinal, o que ele já fazia no computador de casa muitas vezes é mais avançado do que o que se exige dele na empresa onde acabou de entrar.
E aí começa o estranhamento: o comportamento desengonçado, as piadas infames, a falta de assunto, a vergonha encrostada… Tudo isso é somatizado às expressões de espanto (ou constrangimento) das pessoas “comuns” ao tentarem interagir com eles.
Seja gentil com o programador. Não faça movimentos bruscos. Alimente-o. Interaja. Eles mudam com o tempo.
Mas uma coisa é fato: esses estereótipos têm evoluído para melhor. Hoje, não são apenas “eles”, mas também “elas”. O programador não é mais aquela pessoa isolada no quarto – há mais diversidade, mais troca de experiências, mais compartilhamento. Frutos dos tempos atuais.
As empresas perceberam o valor desses seres (ainda indefesos) e os disputam com regalias que, para alguns, são desnecessárias, mas para eles, altamente valiosas: home office, trabalho híbrido, horário flexível, ambiente descontraído. E o salário? Bom, desde que não esteja abaixo do mercado, já tá valendo.
No fim, o programador continua sendo um enigma – mas, gostem ou não, é um enigma cada vez mais valioso.
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